quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Cubatão reconhece importância histórica de Cemitério Israelita

"Cubatão resgata a memória da imigração judaica, definitivamente, na semana que vem. O Cemitério Israelita, abrigado dentro do Cemitério Municipal será tombado como patrimônio histórico da cidade, através da assinatura do decreto pela Prefeita Marcia Rosa. A solenidade será dia 25/8 (quarta-feira) às 14h, e logo após, será realizada uma visita até o Cemitério Israelita. Este promete ser o pontapé inicial de um processo que não se limita à uma lei, mas abrange também um programa de educação patrimonial, com reabertura do espaço para visitação pública com monitores e inclusão em roteiros históricos.
O tombamento é resultado do esforço do Condepac, Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico de Cubatão e tem total apoio da Chevra Kadisha, Associação que administra os cemitérios israelitas no estado. O local tem 800 metros quadrados e 75 sepulturas feitas em granito (55 de mulheres e 20 de homens), sendo que a lápide mais antiga data de 1924 e a mais recente é de 1966. A curiosidade habita no fato de lá estarem enterradas em sua maioria, as chamadas “polacas”, mulheres judias que no início do século XX deixaram o leste europeu atingido pelo anti-semitismo em direção à América com a promessa de casamentos, mas acabaram sendo exploradas na região.
Este será o segundo cemitério israelita considerado patrimônio histórico no Brasil e o primeiro tombado definitivamente. O Cemitério Israelita de Inahúma, no Rio de Janeiro, foi tombado provisoriamente em 2007, segundo Beatriz Kushnir, historiadora e Diretora do Arquivo Geral da Prefeitura carioca. Ela também estará aqui em Cubatão para participar da assinatura do decreto. Beatriz escreveu o livro "Baile de Máscaras: mulheres judias e prostituição" em que defende o resgate cultural da história dessas mulheres. O "campo-santo" de Cubatão também está presente nas páginas da publicação.
Há 22 anos debruçada e envolvida por essas trajetórias, Beatriz Kushnir recebeu com entusiasmo o convite para estar presente na assinatura do decreto e considerou ótima a possibilidade de abertura do Cemitério à visitação pública. "Achei fantástico! É uma ideia a ser copiada por vários outros cemitérios pelo país, independentemente da peculiaridade que possuem. Fiz um passeio destes em New Orleans, nos Estados Unidos, e em Praga, na Europa, e foram muito interessantes nos aspectos de arquitetura e de traços culturais", comentou a historiadora.

Beatriz Kushnir conta que em 1988, quando a pesquisa sobre as "polacas", era um tabu mencionar essa história. Interessante é verificar como um trabalho acadêmico pôde interferir e transformar uma realidade. Mas, segundo Beatriz, "conhecer as identidades dessas mulheres e das outras pessoas sepultadas nesses 'campos-santos' só faz sentido quando sabemos de quem estamos falando. Mais do que apenas nomes, são histórias de vida. Repito, então, as palavras do rabino Sobel, torcendo para que estas sejam palavras proféticas em Cubatão: rezamos hoje 'El malê rachamim' em memória das mulheres sepultadas nesta área do cemitério. Que cada uma delas descanse em paz", encerra".

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Cemitério Israelita será tombado patrimônio histórico de Cubatão


"O Cemitério Israelita de Cubatão já tem data para ser considerado, oficialmente, patrimônio histórico da cidade: o próximo 25 de agosto. Neste dia, às 14h, a Prefeita Márcia Rosa assinará, em seu Gabinete, o decreto que reconhece o espaço pela sua importância. A informação foi divulgada nesta terça-feira (10/8) durante reunião do Condepac, Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do município.
O local absorve uma história centenária que nos remete a um capítulo pouco lembrado do passado: a imigração judaica. "O tombamento por si só garante apenas o reconhecimento, mas a idéia é implantar um Projeto de Educação Patrimonial no Cemitério Israelita, com a reabertura do espaço para visitação pública com monitores e inclusão em roteiros históricos", afirmou Welington Borges, presidente do Condepac. Segundo ele, a idéia foi completamente apoiada pela direção da Associação Israelita Shevra Kadisha, que administra os cemitérios israelitas no estado. Representantes da Associação estarão inclusive, presentes no dia da assinatura do decreto.
Um espaço cercado de mistérios e curiosidades – construído dentro do Cemitério Municipal de Cubatão, o Cemitério Israelita tem 800 metros quadrados e 75 sepulturas feitas em granito (55 de mulheres e 20 de homens). A lápide mais antiga data de 1924 e a mais recente é de 1966. A curiosidade habita no fato de lá estarem enterradas em sua maioria, as chamadas “polacas”, mulheres judias que no início do século XX deixaram o leste europeu atingido pelo anti-semitismo em direção à América com a promessa de casamentos, mas acabaram sendo exploradas na região. “É brilhante a idéia de conservar os ‘campos-santos’ como patrimônios históricos, pois reconta a história da imigração judaica, e reconhece o trabalho de preservação feito por nós”, afirmou o vice-presidente da Associação Shevra Kadisha, Rubens Muszkat. A Associação assumiu o campo-santo de Cubatão em 1996, quando realizou obras de restauração do local, incluindo o conserto e recuperação dos matzeivot (túmulos), ajardinamento, pavimentação das ruas, instalação de lavatório, colocação de placa indicativa no portão e de local apropriado para o acendimento de velas".