segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Sobre as Prostitutas de Inhaúma, por Arnaldo Bloch – Especial para Rua Judaica

Agradeço ao Arnaldo Bloch e ao Osias Wurman pelo espaço dedicado à questão.
"Confesso que até agora não entendi muito bem o bafafá acerca da questão do cemitério de Inhaúma, onde se reivindica a restauração das lápides das prostitutas judias ali enterradas, vulgo "polacas". Pelo que ouvi falar, no cemitério do Butantã de São Paulo e na Chevra Kadisha paulista a questão já foi superada, as lápides restauradas e as identidades exibidas. Compreendo que uns e outros podem se ofender, na crença a meu ver não muito judaica de que há almas que não merecem ser lembradas por terem tido um destino menos feliz. Como se, entre todos os cidadãos judeus aparentemente ilibados, sepultos em mármores ornados, só houvesse almas boas e honestas... ou que, entre nossos homens e mulheres, patrícios e patrícias, bem casados ou bem casadas, não haverá, sempre, aquelas ou aqueles que tenham corrompido sua alma para unir-se em matrimônio por interesses que não dizem nenhum respeito ao amor. Os defeitos, as perversões, os percalços, são de todos, não à toa temos o Yom Kippur. Por isso digo sim e me engajo: que venham à luz os nomes de nossas prostitutas. O Eterno é um, e é para todos." (Grifos meus)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Programa do Jô


Hoje, 3/11/10, no Programa do Jô, a pauta é: o coreógrafo Ivaldo Bertazzo e a historiadora Beatriz Kushnir, que fez uma dissertação de mestrado sobre as polacas, jovens judias que vieram para o Rio de Janeiro no começo do século passado e acabaram se prostituindo. Desde então, a autora luta pela preservação do Cemitério Israelita de Inhaúma, onde a maioria está enterrada.




quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Tombamento Definitivo do Cemitério Israelita de Inhaúma

DECRETO Nº 32993 DE 27 DE OUTUBRO DE 2010.

Determina o tombamento definitivo do Cemitério Israelita de Inhaúma situado à rua Piragibe, 99, no bairro de Inhaúma.

O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais e,

CONSIDERANDO a importância dos cemitérios como registro da evolução histórica e social da cidade do Rio de Janeiro;

CONSIDERANDO que o monumento aos mortos é uma importante manifestação da memória coletiva;

CONSIDERANDO que o Cemitério Israelita de Inhaúma é um marco particular no âmbito dos campos santos da cidade do Rio de Janeiro por ter sido criado por mulheres que em um ambiente hostil se uniram para garantir sua sobrevivência;

CONSIDERANDO a importância de garantir a estas mulheres uma memória que não as condene eternamente;

CONSIDERANDO que a sua fundação em 1916, pela Associação Beneficente Funerária e Religiosa Israelita, representou um papel social relevante para uma parcela da população de imigrantes israelitas no país;

CONSIDERANDO a necessidade de salvaguardá-lo de ações que prejudiquem sua integridade;
CONSIDERANDO os estudos elaborados pelos órgãos executivos do Patrimônio Cultural;
CONSIDERANDO o pronunciamento do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro, que consta no processo 01/002.156/2007;

DECRETA:

Art. 1.º Fica tombado definitivamente, nos termos do Art. 1º da Lei 166 de 27 de maio de 1980, o Cemitério Israelita de Inhaúma, situado à Rua Piragibe 99, no bairro de Inhaúma;

Art.2.º Quaisquer intervenções físicas a serem realizadas no referido imóvel deverão ser previamente aprovadas pelo Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro;

Art. 3.º No caso de alteração ou demolição ilegal ou, ainda, sinistro no bem tombado, o órgão de tutela poderá estabelecer a obrigatoriedade de sua recomposição ou reconstrução, reproduzindo as características originais, conforme o disposto no artigo 133 da Lei Complementar nº 16, de 04/06/92 (Plano Diretor Decenal do Rio de Janeiro);

Art. 4.º Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2010 ; 446o ano de fundação da Cidade.

EDUARDO PAES

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Por uma causa: Restore and Preserve



Criei esse boton para sensibilizar a nova gestão da Federação Israelita do Estado do RJ (FIERJ) a restaurar e preservar o Cemitério Israelita de Inhaúma, das polacas.

Agradeço se puder usar por um tempo e principalmente, se puder apoiar e divulgar esta causa.

Para anexá-lo a sua foto do perfil do Facebook, twitter, etc., click aqui: Restore and Preserve

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Cubatão reconhece importância histórica de Cemitério Israelita

"Cubatão resgata a memória da imigração judaica, definitivamente, na semana que vem. O Cemitério Israelita, abrigado dentro do Cemitério Municipal será tombado como patrimônio histórico da cidade, através da assinatura do decreto pela Prefeita Marcia Rosa. A solenidade será dia 25/8 (quarta-feira) às 14h, e logo após, será realizada uma visita até o Cemitério Israelita. Este promete ser o pontapé inicial de um processo que não se limita à uma lei, mas abrange também um programa de educação patrimonial, com reabertura do espaço para visitação pública com monitores e inclusão em roteiros históricos.
O tombamento é resultado do esforço do Condepac, Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico de Cubatão e tem total apoio da Chevra Kadisha, Associação que administra os cemitérios israelitas no estado. O local tem 800 metros quadrados e 75 sepulturas feitas em granito (55 de mulheres e 20 de homens), sendo que a lápide mais antiga data de 1924 e a mais recente é de 1966. A curiosidade habita no fato de lá estarem enterradas em sua maioria, as chamadas “polacas”, mulheres judias que no início do século XX deixaram o leste europeu atingido pelo anti-semitismo em direção à América com a promessa de casamentos, mas acabaram sendo exploradas na região.
Este será o segundo cemitério israelita considerado patrimônio histórico no Brasil e o primeiro tombado definitivamente. O Cemitério Israelita de Inahúma, no Rio de Janeiro, foi tombado provisoriamente em 2007, segundo Beatriz Kushnir, historiadora e Diretora do Arquivo Geral da Prefeitura carioca. Ela também estará aqui em Cubatão para participar da assinatura do decreto. Beatriz escreveu o livro "Baile de Máscaras: mulheres judias e prostituição" em que defende o resgate cultural da história dessas mulheres. O "campo-santo" de Cubatão também está presente nas páginas da publicação.
Há 22 anos debruçada e envolvida por essas trajetórias, Beatriz Kushnir recebeu com entusiasmo o convite para estar presente na assinatura do decreto e considerou ótima a possibilidade de abertura do Cemitério à visitação pública. "Achei fantástico! É uma ideia a ser copiada por vários outros cemitérios pelo país, independentemente da peculiaridade que possuem. Fiz um passeio destes em New Orleans, nos Estados Unidos, e em Praga, na Europa, e foram muito interessantes nos aspectos de arquitetura e de traços culturais", comentou a historiadora.

Beatriz Kushnir conta que em 1988, quando a pesquisa sobre as "polacas", era um tabu mencionar essa história. Interessante é verificar como um trabalho acadêmico pôde interferir e transformar uma realidade. Mas, segundo Beatriz, "conhecer as identidades dessas mulheres e das outras pessoas sepultadas nesses 'campos-santos' só faz sentido quando sabemos de quem estamos falando. Mais do que apenas nomes, são histórias de vida. Repito, então, as palavras do rabino Sobel, torcendo para que estas sejam palavras proféticas em Cubatão: rezamos hoje 'El malê rachamim' em memória das mulheres sepultadas nesta área do cemitério. Que cada uma delas descanse em paz", encerra".

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Cemitério Israelita será tombado patrimônio histórico de Cubatão


"O Cemitério Israelita de Cubatão já tem data para ser considerado, oficialmente, patrimônio histórico da cidade: o próximo 25 de agosto. Neste dia, às 14h, a Prefeita Márcia Rosa assinará, em seu Gabinete, o decreto que reconhece o espaço pela sua importância. A informação foi divulgada nesta terça-feira (10/8) durante reunião do Condepac, Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do município.
O local absorve uma história centenária que nos remete a um capítulo pouco lembrado do passado: a imigração judaica. "O tombamento por si só garante apenas o reconhecimento, mas a idéia é implantar um Projeto de Educação Patrimonial no Cemitério Israelita, com a reabertura do espaço para visitação pública com monitores e inclusão em roteiros históricos", afirmou Welington Borges, presidente do Condepac. Segundo ele, a idéia foi completamente apoiada pela direção da Associação Israelita Shevra Kadisha, que administra os cemitérios israelitas no estado. Representantes da Associação estarão inclusive, presentes no dia da assinatura do decreto.
Um espaço cercado de mistérios e curiosidades – construído dentro do Cemitério Municipal de Cubatão, o Cemitério Israelita tem 800 metros quadrados e 75 sepulturas feitas em granito (55 de mulheres e 20 de homens). A lápide mais antiga data de 1924 e a mais recente é de 1966. A curiosidade habita no fato de lá estarem enterradas em sua maioria, as chamadas “polacas”, mulheres judias que no início do século XX deixaram o leste europeu atingido pelo anti-semitismo em direção à América com a promessa de casamentos, mas acabaram sendo exploradas na região. “É brilhante a idéia de conservar os ‘campos-santos’ como patrimônios históricos, pois reconta a história da imigração judaica, e reconhece o trabalho de preservação feito por nós”, afirmou o vice-presidente da Associação Shevra Kadisha, Rubens Muszkat. A Associação assumiu o campo-santo de Cubatão em 1996, quando realizou obras de restauração do local, incluindo o conserto e recuperação dos matzeivot (túmulos), ajardinamento, pavimentação das ruas, instalação de lavatório, colocação de placa indicativa no portão e de local apropriado para o acendimento de velas".

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Programa 3 a 1, TV Brasil

Programa exibido no dia 27 de fevereiro de 2010
Tema: Prostituição.
Debatedores: Beatriz Kushnir, historiadora e diretora do Arquivo Geral do Rio de Janeiro;
                     Joel Zito, cineasta, e
                     Gabriela Leite, prostituta aposentada.

Apresentação: Luiz Carlos Azedo

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Tombamento do Cemitério Israelita de Cubatão

onde estão sepultadas as "polacas" (e seus companheiros) da Sociedade Beneficente e Religiosa Israelita de Santos (SBRI de Santos)


Revista Hebraica, SP, maio/2010, p.36