sábado, 18 de agosto de 2007

RJTV 2ª EDIÇÃO
Memórias que o tempo tratou de apagar
Anti-semitismo expulsa mulheres de seus países e elas acabam prostituindo-se no Brasil. Marginalizadas, até mesmo um cemitério próprio tiveram de construir. Esta memória começa a ser resgatada

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http://rjtv.globo.com/RJTV/0,19125,VRV0-3114-296927-20070818,00.html
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A luta de imigrantes judias para enfrentar o preconceito começa a ser reconhecida, mais de cem anos depois da chegada dessas mulheres ao Rio de Janeiro.Nomes, em hebraico, gravados em uma pedra, guardam um pouco da história da imigração no Brasil e dos conflitos vividos pela sociedade da época.Eles identificam as polacas, mulheres pobres, judias, que abandonaram seus países de origem, ameaçadas pelo anti-semitismo e trabalharam como prostitutas nas ruas do Rio de Janeiro.Discriminadas, as polacas viviam à margem da sociedade. Eram proibidas de freqüentar sinagogas e nem mesmo seus enterros podiam acontecer em cemitérios comuns. Por isso, elas se reuniam em entidades próprias. Em 1906, fundaram uma associação e depois um cemitério, em Inhaúma, na Zona Norte, um dos poucos registros ainda existentes da passagem dessas mulheres pelo Rio.Há 37 anos, os sepultamentos foram suspensos no cemitério e os visitantes quase não aparecem.A memória se perde no tempo, segundo a historiadora Beatriz Kushnir, que estudou a vida das polacas.“Elas fizeram um esforço muito grande para se manterem e permanecerem judias. Nós precisamos respeitar isso”, explicou a historiadora Beatriz Kushnir.Na sexta-feira, a comunidade judaica se reuniu para lembrar as polacas do Rio. O local escolhido para a homenagem foi a Fundição Progresso, em meio à boemia da Lapa, no Centro da cidade.“Durante a cerimônia do sábado, ao anoitecer da sexta-feira, fizemos uma oração que pudesse resgatar a luta dessas mulheres, mesmo em condição tão difícil para manter a sua dignidade e preservar as suas raízes, a sua cultura, a sua identidade”, disse o rabino Nilton Bonder.

Um comentário:

Miriã Soares disse...

Sinceramente, fiquei emocionada ao ler sobre essa luta. Nunca fui informada sobre isso...